Monday, September 08, 2008

Amorosa dama
que epopeia fundais
quem sois vós
donde vindes
que buscais?

busco voz
vossa trama
busco vós
busco nós

Formosa dama
que ora chegais
saga esperais
cantada sois
conhecida pois
quem sois
donde vindes
e que buscais

Carinhosa dama
aurora anseais
alva tentais
ocaso chamais
poente forçais
lamentada sois
conhecida pois
quem sois
donde vindes
e que buscais

Dolorosa dama
país é o vosso
da meia claridade?
Faltosa senhora
que pátria vos baptizou
Sinceridade?

Sunday, August 12, 2007

Essa maldita demanda
De manter em abstractas lides esses mui dignos entornos
Tão indignos quanto palpáveis
Tão desonrados pelo seu desenho que obriga a um auto-retrato caricaturado esboçado estilizado adulterado de uma coisa tão simples de se dizer. Mas então não lhe valem os abstractos e a excelência e de orador de clube nem para trovador de taverna vai, água-vai para o infâme violador dessas
abstractas lides
mui dignos entornos.

Sunday, March 19, 2006

Apenas na escuridão da visão
Na noite leve
Está o herói
Glória de um fingir
Fuga de um sentir

São épicas brumas de uma manhã
Que fecham o cerco
De uma saudosa guerra
Os trezentos das Termópilas
Massacrados até ao último homem
Matéria de Lendas
Que não perduram

Ninguém restou
O herói
Morreu homem

Friday, February 24, 2006

Percorrida meia desolação
Os sons voltam a ter som
E a Fidípides
Contornos
Cores
De um trilho sempre igual
Fazem perder a guerra

Sexta-feira, Fevereiro 24, 2006: 00:35

O andarilho sem fé

O andarilho sem fé
Persegue o que não é
Perde-se em tempos
Tempos seus
Não de ontem
Nunca de amanhã
Que persegue
O andarilho sem fé?

De ontem são as ruas
Caminhos sem chegada
O tempo de outros
Que queremos nosso

Do amanhã são as ruas
Tempos desfeitos
Caminhos cerrados
Que queremos nossos

O que persegue
O andarilho sem fé?

Domingo, Janeiro 29, 2006: 02:38
O mundo do lado de fora
São as crianças de outrora
Perdidas num mapa de sofrimento
Encontradas num globo em movimento

Les maçons de la vie
font des miracles dès leur mort
Ils bâtissent en dehors de l'envie
Au mépris de leur sort

Iluso el iluso
Cautivo del pasado y del sueño
Que del futuro se quizo hacer dueño
En un presente de su uso

And lo, men looked to the past and wept
for all had been discovered
And men's sons, they mocked
Seeing how the elders came to be neglect and inept

Surely thou art advised
Del peke que se pone viejo
Na banda de fora do mundo
Sans bâtir, sans souffrir

Terça-feira, Janeiro 24, 2006: 12:01

Ruído

Ao longo de uma penosa, cansativa viagem
O seu canto alivia e atormenta
Como a tempestade, atinge de repente
Este canto
Conforta
Magoa
Espólio dos heróis
Castigo dos vencidos
Melodia estridente
Que cala os surdos e faz cegos
O meu nome é Ulisses
e não tenho amarras...

Terça-feira, Janeiro 03, 2006: 23:57

Esta nova música

Sombras da Noite
Ocultam sons de alegria
Dias de Sol
Perdidos pelo Tempo?

Esta nova música faz-nos rir
ebriamente
lascivamente

Noites de Sol
Recuperadas pelo Tempo
Descobrem nova alegria
Sombras da Noite


Ainda?

Esta nova música faz-nos rir
retumbantemente
despreocupadamente

Dias de Sol
Encerram sons de alegria
Esquecidos pelo Tempo
Sombras

Esta nova música
É o Sol do meio-dia.

Sábado, Dezembro 31, 2005: 01:35


O supra-ético

Na aurora dos tempos, o Homem veio a dar nomes às coisas.
Aos camaradas chamou amigos e às amantes, amores.
Quando tudo nomeara e tudo vivera
O Homem deitou-se no campo e mirou o firmamento.
Aos astros chamou Amor, chamou Amizade
Aos amigos chamava camaradas, aos amores, amantes.

Quinta-feira, Dezembro 22, 2005: 00:18

Alegoria do miúdo doente e do Telescópio

As minhas estrelas
Estrelas cadentes
São-me trazidas pelo Sol
Estrelas cadentes
Adentram meu quarto
Passam sem cessar
Sem Parar
As minhas estrelas
Estrelas do firmamento
Retratos da noite anterior
Quando meia nação espera o encoberto
Do meu quarto não mais vejo que a alternância do Sol e da Lua
E as minhas estrelas
Mesmas estrelas
Estrelas cadentes
Que adentram meu quarto
Mas não param

Quinta-feira, Dezembro 08, 2005: 22:42

These (pale) reflection(s)

Onde quer que me vire
Vejo-me a mim
A Norte
Nas margens salgadas
Da indiferente tirania
Vejo-me a mim
A Sul
No caloroso areal
Da Doce República
Vejo-me a mim
Mas nunca senti curiosidade em atravessar o Mar Oceano
Ou rumar até à exótica Khitai
Ou misteriosa Ophir
Onde não existem
Estes incompletos
Reflexos
De mim
Isso é mau?

Quarta-feira, Dezembro 07, 2005: 14:11

Pontes

Os sons de outras terras que repercutem caminhos de distância
Pontes que separam sem unir
A mesma data, os mesmos sons, anos diferentes,
outras pontes para caminhar
E, no entanto, a distância....
Quando se tornou a distância na profunda incompatibilidade da vivência?

Sábado, Janeiro 01, 2005: 03:12
Sombras da Noite
Ocultam sons de alegria
Dias de Sol
Perdidos pelo Tempo

Quinta-feira, Dezembro 30, 2004: